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Quando o novo coronavírus chegou, o mundo todo levou um susto. E os cuidados com os pacientes imunossuprimidos foram intensificados, por serem grupo de risco para a infecção. Mas com a chegada das vacinas, o cenário mudou.

No início de 2022, foi liberada a quarta dose da vacina contra a COVID-19 aos pacientes imunussuprimidos. Algumas regiões do país, inclusive, já estão aplicando a quinta dose de reforço neste grupo de pessoas.

Os serviços especializados de atendimento oncológico funcionam normalmente, para diagnóstico, tratamento e acompanhamento. Um ganho importante com a pandemia foram os atendimentos via telemedicina, antes não realizados com frequência no Brasil.

No sistema privado de saúde, as consultas à distância hoje fazem parte da rotina e, inclusive, são autorizadas pelo Conselho Federal de Medicina. No SUS ainda não há essa tecnologia.

Se você é paciente oncológico ou tem alguma doença do sangue, com diagnóstico já confirmado, a Abrale oferece gratuitamente serviços de telemedicina, com especialistas de todo o país. Entre em contato com a nossa equipe pelo WhatsApp (11) 3149-5190 ou no abrale@abrale.org.br

Nunca é demais lembrar que os quatro imunizantes aprovados no Brasil estão liberados aos pacientes oncológicos, e são comprovadamente seguros nessa população. Então, fique sempre atento ao plano de vacinação de sua cidade, para que as doses de reforço estejam em dia. Isso porque, com o passar do tempo, como vimos, é possível que a vacina perca um pouco de sua resposta imunológica.

Entretanto, salientamos que é importante conversar com o médico para entender qual o melhor momento para receber a vacina. Por exemplo, durante a quimio, que é feita em ciclos, é possível que o oncologista ou o hematologista opte por ajustar a vacinação para um momento em que o paciente esteja com a imunidade um pouco mais alta.

Pacientes que irão realizar o transplante de medula óssea (TMO) devem receber a imunização antes do procedimento. Após o TMO, está liberado receber a vacina cerca de 3 meses depois do transplante, e não por uma questão de risco, mas sim para uma maior eficácia da vacina, já que o TMO zera toda a imunidade e se o paciente receber o imunizante imediatamente após receber a nova medula, não terá a resposta imune necessária.

De fato, as vacinas trouxeram um respiro para toda a sociedade, especialmente aos pacientes oncológicos. Mas é importante frisar que os imunossuprimidos, em tratamento com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, por exemplo, ainda continuam fazendo parte do grupo de risco para a infecção grave da COVID-19.

Por isso, o uso da máscara, álcool em gel e evitar aglomerações continua sendo indicado. Especialmente durante os ciclos de aplicação terapêutica contra o câncer.

Infelizmente, o vírus ainda continua presente e contraí-lo é uma possibilidade para qualquer pessoa, inclusive para as que estão em tratamento do câncer. Se apresentar sintomas comuns à COVID-19, é importante:

  • Fazer um teste, para ter a confirmação da infecção.
  • Se positivo, falar com o médico imediatamente e fazer isolamento social.
  • No hospital, o paciente positivo para a COVID-19 não deve ficar presente nas alas de Hematologia e TMO. Isso porque os pacientes de leucemias, linfomas e mieloma múltiplo são ainda mais suscetíveis à infecção grave causada pelo vírus, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
  • O médico irá indicar quais os melhores medicamentos para combater os sintomas causados pelo vírus.

Os medicamentos para tratar a COVID-19 são as mais novas opções terapêuticas para combater a infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2. No Brasil, já temos aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) seis drogas. Conheça aqui cada uma delas.

Rendesivir

Este antiviral injetável é desenvolvido pela Gilead Sciences e impede a replicação do vírus no organismo, diminuindo o processo de infecção. Ele é indicado para adultos e adolescentes (com idade igual ou superior a 12 anos) e só deve ser administrado em pacientes com pneumonia que precisam de oxigênio extra para ajudá-los a respirar, mas que não estejam entubados. Também é indicado para adultos que não precisam de oxigênio extra, mas que apresentam risco aumentado para a progressão da COVID-19 grave.

Este medicamento não vende em farmácias e é aplicado em ambiente hospitalar, com acompanhamento médico.

Sotrovimabe

O medicamento é produzido pela empresa GSK. Este anticorpo monoclonal imita a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus, atuando contra a proteína Spike, presente no SARS-CoV-2. Ou seja, ele é projetado para bloquear a ligação do vírus e a sua entrada nas células humanas. O Sotrovimabe também pode ser utilizado no combate às variantes resistentes do coronavírus.

Ele é indicado para tratar a COVID-19 leve a moderada em adultos e adolescentes com 12 anos ou mais, mas que estejam em risco de progressão para a doença grave. Ele não deve ser utilizado em pacientes hospitalizados, que necessitem de oxigênio.

Sua aplicação é também restrita aos hospitais e sua aplicação é intravenosa.

Baricitinibe

De fabricação pela Eli Lilly do Brasil, este medicamento é um inibidor seletivo e reversível das enzimas janus quinases (JAKs), principalmente JAK1 e 2, que são responsáveis pela comunicação das células envolvidas na hematopoese (processo de formação e desenvolvimento das células do sangue), na inflamação e na função imunológica (função de defesa do corpo).

Ele é indicado para o tratamento da COVID-19 em pacientes adultos e que estejam hospitalizados por conta da necessidade de receber oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de ventilação não invasiva.

O medicamento é oral e seu uso só deve acontecer com prescrição médica.

Evusheld (cilgavimabe + tixagevimabe)

O medicamento da Astrazeneca é feito a partir da combinação dos anticorpos monoclonais cilgavimabe e tixagevimabe, que aumenta a resistência contra a COVID-19 em pessoas imunocomprometidas graves em decorrência de problemas de saúde, incluindo o câncer. Sendo assim, sua indicação é para pacientes sem exposição recente à COVID-19, que tenham comprometimento imunológico moderado a grave e para quem a vacinação não é recomendada.

Sua aplicação é intramuscular. Este medicamento não substitui a vacinação, para aqueles que podem recebê-la.

Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir)

O medicamento antiviral da Pfizer é composto por comprimidos de nirmatrelvir (ativo contra o vírus que causa a COVID-19) e ritonavir (prolonga o efeito terapêutico do nirmatrelvir), que objetivam impedir que o vírus se multiplique nas células e se dissemine no corpo.

Ele é indicado para o tratamento da COVID-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para a infecção grave. Ele deve ser aplicado após o resultado positivo para o SARS-CoV-2 e no prazo de 5 dias após o início dos sintomas.

Molnupiravir

Este medicamento antiviral, produzido pela Fiocruz e MSD, tem capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes pela COVID-19, pois diminui as chances do vírus causador da doença se multiplicar e se reproduzir no corpo.

Ele é indicado para tratar a COVID-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão da infecção.

Os bancos de sangue sofreram – e ainda sofrem – com a falta de bolsas de sangue nos estoques. Isso porque, além do medo da infecção pela COVID-19, com o aumento de casos de contaminação, os doadores ficaram impossibilitados de realizarem a doação.

Mas salientamos que o sangue é vital para salvar muitas vidas, incluindo de pacientes em tratamento do câncer, como as leucemias agudas. Por isso, é importante que os cuidados em saúde sejam mantidos.

De acordo com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, não há evidências de transmissão do SARS-CoV-2 por meio de transfusão sanguínea. Ainda assim, para manter a segurança de quem receberá o sangue, pessoas com diagnóstico ou suspeita de COVID-19 estão aptas a doar somente dez dias depois do desaparecimento dos sintomas. Quem teve contato com casos positivos pode doar após sete dias do último contato, e os assintomáticos com teste positivo podem doar sangue dez dias após realização do teste.

As vacinas também podem ser impeditivos para a doação de sangue, então fique atento no prazo de cada uma delas:

  • Coronavac – A doação pode ser feita 48 horas após a aplicação de cada dose
  • Astrazeneca – 7 dias após cada dose
  • Pfizer – 7 dias após cada dose
  • Janssen – 7 dias após cada dose

Receber a medula óssea de um doador compatível representa esperança e melhores resultados clínicos para muitos que enfrentam os cânceres do sangue. E, por conta da COVID-19, novos cuidados foram aplicados para que a doação aconteça de forma segura tanto para o doador, quanto para o paciente.

Não há evidência que o vírus possa ser transmitido por meio do sangue da medula óssea doado. Mas, ainda assim, agora o doador também responde a perguntas relacionadas à COVID-19 no pré-cadastro do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).

Caso o doador de medula óssea apresente qualquer suspeita de infecção pelo novo coronavírus, a doação será cancelada até sua plena recuperação. Se o resultado para a COVID-19 for positivo, o doador ficará afastado por, pelo menos, 30 dias, após recuperação completa dos sintomas.

A vacinação não será um impeditivo para a doação de medula óssea, porém, será preciso respeitar um intervalo de 48 horas a 7 dias, após a dose aplicada.

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